Campanha na Arábia Saudita pede libertação de mulher presa por dirigir

terça-feira, 24 de maio de 2011

France Presse 24/05/2011 12h54 - Atualizado em 24/05/2011 15h56

Campanha na Arábia Saudita pede libertação de mulher presa por dirigir

Manal Al Sharif, de 32 anos, foi presa sábado em Jobar, leste do país.
Mais de 300 intelectuais engrossam a campanha, que ganhou a internet.

Da AFP
Uma campanha pela liberação da mulher presa por transgredir a proibição de dirigir ganhou força nesta terça-feira (24) na Arábia Saudita, dia em que uma segunda motorista foi detida por cometer o mesmo ato.
Vídeos postados no YouTube mostram o pedido de intelectuais em apoio a Manal Al Sharif, detida no sábado por trafegar com seu veículo em Jobar, leste do país.
A ação, assinada por 315 intelectuais, é dirigida ao rei e exige a liberdade da ténica de segurança em informática de 32 anos sob o argumento de que "está mais do que na hora de se tomar uma clara decisão sobre a questão do direito das mulheres de dirigir".
Também na internet, uma página do Facebook traz mais de 14 mil pessoas em apoio a Al Sharif.
Mulheres sauditas pegam táxi nesta terça-feira (24) em Riad (Foto: AP)Mulheres sauditas pegam táxi nesta terça-feira (24) em Riad (Foto: AP)
"Manal não quis agredir ninguém. Ela só quis mostrar que era possível para uma mulher dirigir na Arábia Saudita", afirmou à France Presse a escritora e militante feminista Wajiha Hweider, que passeou de carro com a acusada na quinta-feira, quando foi gravado o vídeo postado na internet.
De acordo com Hweider, a experiência foi tão positiva para Al Sharif que ela decidiu repetir a façanha, desta vez acompanhada do irmão, no sábado, quando foi detida, o que levanta suspeitas de que a jovem estivesse sendo vigiada.
"Manal é divorciada e mãe de um menino de cinco anos", indicou a escritora, para mostrar as dificuldades enfrentadas pela amiga - que, por não ter um marido, não pode circular de carro.
Hweider, no entanto, considera que a campanha de solidariedade a Al Sharif - cuja ação se deveu ao manifesto de um grupo de militantes para que as mulheres assumissem o volante em 17 de junho - não se transformará em um movimento global de contestação contra o regime saudita.
"Não existe uma verdadeira sociedade civil na Arábia Saudita para repetir uma revolta como as que ocorreram na Tunísia ou no Egito", lamentou a escritora.
Em um comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch insistiu que o rei ordene a libertação de Manal Al Sharif e coloque fim a esta medida no país, "o único que proíbe as mulheres de dirigir".
O jornal "Al Watan" informou nesta terça-feira que uma outra mulher, de 37 anos, também foi presa por dirigir na cidade de Al Ras, a 400 quilômetros da capital Riad, na província conservadora de Al Qasim. No entanto, a acusada foi solta poucas horas depois.Fonte G1

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