24/05/2011 18h07                   - Atualizado em                   24/05/2011 18h58                
Confrontos matam 38 no Iêmen
Membros de tribo pró-oposição enfrentaram tropas do governo em Sanaa.
Tentativa de mediação de países do Golfo na crise política fracassou.
Vinte e quatro membros da tribo liderada por Sadek al-Ahmar morreram e dezenas ficaram feridos, revelou à France Presse uma fonte médica do Hospital de Ciências de Tecnologia de Sanaa. O confronto matou ainda 14 soldados e outros dois estão desaparecidos, informou o ministério da Defesa em seu site, citando o ministério do Interior.
Ahmar, líder de uma poderosa federação tribal, decidiu apoiar os manifestantes que há quatro meses exigem a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh.
A oposição alertou que os ataques feitos pelas forças leais ao governo, que segundo moradores tinham como alvo a mansão do líder, podiam criar uma guerra civil.
 Membro  de tribo ferido durante confronto com forças do governo é carregado por  colegas nesta terça-feira (24) em Sanaa, capital do Iêmen (Foto: AP)
Membro  de tribo ferido durante confronto com forças do governo é carregado por  colegas nesta terça-feira (24) em Sanaa, capital do Iêmen (Foto: AP)Os conflitos aconteceram depois do fracasso de um acordo de transição mediado pelos vizinhos do Golfo Pérsico que Saleh deveria ter assinado no domingo e que lhe daria imunidade para deixar o poder.
O tiroteio, em ruas com sacos de areia próximas da fortificada mansão que é propriedade do rico e politicamente poderoso clã Ahmar, colocou as forças do governo contra guardas do chefe do grupo tribal que até Saleh elogia.
Imagens gravadas, que segundo a rede de televisão Al Jazeera foram feitas de dentro da casa, mostram guardas ensanguentados e confusos carregando os colegas feridos por halls ornados e passando por nuvens de poeira. Forças leais à Saleh e o Exército usaram morteiros e lança-granadas nos ataques, disseram testemunhas à Reuters.
O governo acusa os homens de Ahmar de "tentar um golpe de Estado" ao atacar o Ministério do Interior e vários outros prédios governamentais e da polícia, de acordo com reportagem da agência de notícias estatal Saba.
O Conselho de Cooperação do Golfo, bloco formado pelos ricos vizinhos do Iêmen que exportam petróleo, foi responsável por criar o acordo de transição de poder, que Saleh rejeitou por três vezes -- a última delas sob a alegação de que faltavam 'condições adequadas'.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado Mark Toner disse que os EUA acreditam que o acordo mediado pelo Golfo ainda está sobre a mesa.
"O presidente Saleh tem um acordo na frente dele. Ele precisa assiná-lo para colocar o Iêmen em um caminho positivo, para que a atual solução seja resolvida", disse ToneFonte



 
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