Terça-feira, 24 de maio de 2011 - 19h27 Última atualização, 24/05/2011 - 19h54
Ouça: Pressão e expectativa atrapalham Ronaldo na Copa de 1998 - parte 1
João Prata
esporte@eband.com.br
A Copa de 98, na França, era para ser a consagração de Ronaldo no futebol mundial. Eleito nos dois anos anteriores como melhor jogador do planeta pela Fifa (1996 e 1997), o Fenômeno chegava como o craque mais badalado da competição e como principal esperança de gols da seleção brasileira.Fotos, cartazes e outdoors do camisa 9 decoravam Paris na época. Ronaldo era a figura mais cobiçada pelos jornalistas e seus familiares também se tornaram alvos dos paparazis.
Todos sabiam que ele tinha alugado uma casa para a família nos arredores de Paris. Em 1998, Ronaldinho era casado com a atriz Suzana Werner, hoje esposa do goleiro Julio César. Na mansão, também estavam seus pais, alguns parentes e amigos.
A pressão em cima do jogador era grande e os boatos sobre sua vida pessoal começaram juntos com as apagadas atuações na primeira fase do torneio.
Primeira fase
Ronaldo só balançou a rede no segundo jogo, vitória por 3 a 0 sobre Marrocos. Passou em branco na estreia (2 a 1 sobre a Escócia) e na derrota para a Noruega (1 a 2).
Jornais pelo mundo começaram a procurar justificativas para as fracas atuações. Uns diziam que o jogador estava com problemas no joelho e recebia infiltrações (injeções de antiinflamatórios) para ter condições de jogar. Outros culpavam a crise conjugal pelo desempenho abaixo do esperado.
Brasil 4 x 1 Chile – oitavas de final
Ronaldo calou os críticos nas oitavas de final. Teve ótima atuação e marcou dois gols na tranquila vitória sobre o Chile (4 a 1). A palavra Fenômeno estava de volta nas capas de jornais.
Brasil 3 x 2 Dinamarca – quartas de final
Nas quartas, o camisa 9 passou em branco, mas foi fundamental no complicado duelo contra a Dinamarca (3 a 2). A Seleção saiu atrás do marcador e Ronaldo deu duas assistências para a virada, gols de Bebeto e Rivaldo.
Os europeus pressionaram e empataram em um lance que marcou a carreira de Roberto Carlos. O lateral-esquerdo tentou cortar cruzamento de bicicleta e furou: 2 a 2. No segundo tempo, Rivaldo recebeu na intermediária e bateu de longe, garantindo vaga para a próxima fase.
Brasil 1 (4) x (2) 1 Holanda – semifinal
Apesar de ter sido importante na última partida, os torcedores cobravam uma atuação de gala de Ronaldo. Queriam ver as típicas arrancadas que o consagraram como duas vezes seguida melhor do mundo. E foi o que viram no duelo contra a Holanda.
Inspirado, o Fenômeno justificou o apelido. Marcou o gol brasileiro e criou, pelo menos, mais três grandes chances. Na prorrogação, ele arrancou com a bola do meio de campo, passou por três marcadores e, na cara do gol, foi travado. Antes disso, a Holanda havia empatado com Kluivert, que também infernizou a zaga brasileira.
A partida terminou no empate sem gols na prorrogação e a decisão foi para os pênaltis. Ronaldo bateu o primeiro e fez. Rivaldo, Émerson e Dunga também mandaram para a rede. Taffarel brilhou, pegou duas cobranças e garantiu a vaga na final, mesmo sem o Brasil ter que bater o quinto pênalti.
Véspera da decisão
Na véspera do duelo contra a França, Ronaldo minimizou as cobranças, disse que a pressão não o atrapalharia e se mostrou tranquilo durante uma entrevista à TV Globo:
"Estou 100% e com muita vontade de arrebentar amanhã. Tem que ir muito tranquilo para o jogo. A pressão vem da responsabilidade de ter todo um povo torcendo para a gente. Amanhã vai estar cheio de brasileiro. Os franceses estão com medo. Vai ter muito barulho da batucada brasileira".
A final da Copa e as declarações depois da convulsão de Ronaldo você confere nesta quarta-feira, no eBand.
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