Enfermeiro que encorajou suicídios terá que pernoitar datas de mortes de vítimas na prisão

quinta-feira, 5 de maio de 2011

publicado em 05/05/2011 às 07h13:

Enfermeiro que encorajou suicídios terá que
pernoitar datas de mortes de vítimas na prisão

Americano, que se comunicava com vítimas pela internet, disse sentir remorso
BBC Brasil.
Robb Long/17.02.2011/APRobb Long/17.02.2011/AP
William Melchert-Dinkel (centro) deixa o tribunal nos EUA acompanhado de seu advogado e de sua mulher, Joyce; ele terá que passar a noite de aniversário de morte de suas vítimas na prisão

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Um enfermeiro americano foi condenado a quase um ano de prisão por incentivar os suicídios de um britânico e de uma canadense em um fórum de discussões na internet.
O juiz do caso também determinou que William Melchert-Dinkel, de 48 anos, depois de passar 320 dias encarcerado, terá que voltar à prisão nos aniversários das mortes de suas vítimas pelos próximos dez anos.
Melchert-Dinkel foi condenado em março devido ao suicídio, por enforcamento, de Mark Drybrough, de 32 anos, em 2005, e pela morte de Nadia Kajouji, de 18 anos, que se atirou em um rio em 2008.
Melchert-Dinkel chorou enquanto ouvia a sentença e pediu desculpas em uma declaração lida por seu advogado em que ele dizia sentir "vergonha e remorso". Seu advogado pretende apelar da decisão.
A sentença oficial emitida pelo juiz Thomas Neuville foi de seis anos e meio de prisão, bem menos do que a pena máxima prevista por assistir suicídio, que é de 15 anos de prisão por acusação.
A maior parte da sentença será cumprida em liberdade, a não ser que Melchert-Dinkel descumpra os termos de sua condicional, que será válida pelos próximos 15 anos.
'Obsessão'
Segundo os promotores, o enfermeiro é obcecado por suicídios e discutiu o tema com até 20 pessoas pela internet, se passando por uma enfermeira. Melchert-Dinkel foi acusado ainda de ter entrado em pactos suicidas com dez pessoas. Pelo menos cinco delas teriam se matado.
Advogados do americano alegam que o britânico e a canadense já eram suicidas, e citaram leis de liberdade de expressão para defender o direito de seu cliente de manifestar suas ideias online.
Terry Watkins, um dos advogados, admitiu que os atos do enfermeiro eram "doentios" e "repugnantes", mas afirmou que o britânico Drybrough já estava doente havia anos e que a canadense Kajouji era deprimida e "bebia muito".
Investigação
A investigação a respeito de Melchert-Dinkel começou em março de 2008, quando Celia Blay, de Wiltshire, no Reino Unido, alertou a polícia de Minnesota de que alguém estava usando um fórum de discussões na internet para encorajar pessoas a cometer suicídio.
Depois da morte de Dybrough, a polícia britânica e a dos Estados Unidos vasculharam o computador da vítima, e descobriram que ele havia buscado conselhos pela internet e que uma pessoa, depois identificada como Melchert-Dinkel, tinha dado ao britânico informações técnicas sobre como se enforcar.
Investigadores no Estado de Minnesota e no Canadá também determinaram que Melchert-Dinkel tinha entrado em um pacto suicida com Nadia Kajouji, cujo corpo foi encontrado em um rio.
O pai do britânico, Laurie Drybrough, afirmou que seu filho nunca mostrou sinais de que era suicida.
- Ele era um pouco deprimido, mas nunca mostrou sinais de que era suicida. Nós nunca pensamos que ele iria cometer suicídio. Ele [Melchert-Dinkel] é muito mau. Fez isso para seu prazer.

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