Morte de Bin Laden inicia crise de sucessão na Al-Qaeda

segunda-feira, 2 de maio de 2011


Segunda-feira, 2 de maio de 2011 - 17h48       Última atualização, 02/05/2011 - 18h20

Morte de Bin Laden inicia crise de sucessão na Al-Qaeda

Foto: AFP Zoom Ayman al-Zawahiri é o número um na lista de sucessores de Bin Laden Ayman al-Zawahiri é o número um na lista de sucessores de Bin Laden

Da AFP

mundo@eband.com.br

A rede Al-Qaeda, que já estava enfraquecida e sem o controle direto dos grupos que se consideram parte da organização, deve passar por uma crise de sucessão com a morte de Osama Bin Laden, estimam analistas. Bin Laden foi morto durante uma operação militar americana na madrugada de segunda-feira.

Para Mohamad Abu Ruman, jordaniano especialista em movimientos islâmicos, "Osama Bin Laden representava um símbolo. Com a sua morte, Al-Qaeda viverá uma crise de sucessão, já que nenhuma outra pessoa da rede tem o carisma de Bin Laden.

O especialista destaca que o "número dois" da rede, o egípcio Ayman al Zawahiri, "não é uma unanimidade" entre os membros.

Braço direito e um dos fundadores da Al-Qaeda, o médico egípcio de 60 anos foi um dos pilares do grupo da "Jihad Islâmica" egípcia antes de conhecer Bin Laden no Afeganistão.

Ayman al Zawahiri trouxe muitos ativistas e um grande senso de organização. Por sua captura foram oferecidos 25 milhões de dólares, o mesmo que pagariam por Osama Bin Laden.

Abu Ruman considera que a rede fundada por Bin Laden em 1988 tem perdido força nos últimos anos e com a morte do líder deve se desgastar ainda mais.

"Al-Qaeda tem perdido força e popularidade nos últimos anos", especialmente depois das revoltas árabes lideradas pelos "jovens no Facebook que não estão influenciados pelas ideias da Al-Qaeda", explica.

Além disso, a Al-Qaeda tornou-se "uma rede de estrutura piramidal com uma infinidade de agências cujas ligações com Bin Laden já não eram mais de de caráter organizacional". Segundo ele, o fundador se limitava ao papel de guia espriritual.

Anuar Eshki, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos para o Oriente Médio, com sede em Jeddah (Árabia Saudita), também considera que a organização Al-Qaeda passará por uma crise de sucessão.

"É difícil encontrar alguém que substitua Bin Laden. Os sauditas da organização jamais seguiriam ordens de Zawahiri", explica o analista.

Após os golpes que a rede sofreu das autoridades sauditas, os grupos do Iêmen e da Árabia Saudita se uniram em janeiro de 2009 para formar a Al-Qaeda na Península Arábica, bem estabelecidos no sul e no leste do Iêmen.

Ele estima que a Árabia Saudita terá dias tranquilos já que a morte do Bin Laden indica um fim próximo do terrorismo da Al-Qaeda.

As atividades do grupo vai enfraquecer no Iêmen e na Somália", diz o analista que afirma ter connhecido pessoalmente Bin Laden.

Segundo ele, as "células latentes" estabelecidas por Bin Laden na região "perderam suas fontes de financiamento".

Hasan Abu Hanieh, analista especializado nos movimentos jihandistas com sede em Amã, considera que a morte de Bin Laden "terá um impacto simbólico sobre todos os grupos que se consideram parte da organização, uma vez que eram controlados, não diretamente, por ele desde o 11 de setembro de 2001"

Estes grupos que vivem em todo o mundo muçulmano, desde o Cáucaso até o Magrebe, juraram lealdade a Bin Laden. No entanto, ele era uma espécie de líder religioso", e não um chefe militar ou político, acrescentou.

As aparições do chefe da Al-Qaeda, procurado de maneira insistente pelos Estados Unidos foram raras nos últimos dois anos.

Osama bin Laden é morto no Paquistão
No final do dia 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou oficialmente a morte do terrorista saudita Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda. "A justiça foi feita", disse em discurso histórico.

Osama bin Laden era procurado desde os ataques de 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center, em Nova York, e contra o Pentágono. Os ataques deixaram 3 mil mortos. A caçada ao saudita foi chamada de Guerra ao Terror e iniciada pelo então presidente  dos EUA, George W. Bush, que festejou a morte do terrorista.

Após meses de intensa e secreta investigação dos EUA, Bin Laden foi encontrado em uma mansão em Abbottabad, cidade próxima à capital paquistanesa Islamabad. Com forte esquema de segurança, a casa era avaliada em US$ 1 milhão. Segundo os EUA, Bin Laden resistiu às investidas e acabou morto com um tiro na cabeça. Seu corpo, então, passou por rituais islâmicos e foi jogado ao mar.

A morte do terrorista foi festejada nos EUA e saudada entusiaticamente pela comunidade internacional. No entanto, logo após o anúncio da morte, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um alerta sobre o risco de violência antiamericana, deixando longe a sensação de paz.
     

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