Polícia suspeita que quadrilha tenha desviado R$ 10 milhões de prefeitura

quarta-feira, 4 de maio de 2011


03/05/2011 22h07 - Atualizado em 03/05/2011 22h29

Polícia suspeita que quadrilha tenha desviado R$ 10 milhões de prefeitura

Três vereadores de Taboão da Serra foram presos nesta terça.
Fraude ocorria no setor onde ficam registrados os devedores de tributos.

Marcelo Mora Do G1 SP
A Polícia Civil suspeita que os responsáveis por fraudes nas contas públicas de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, tenham desviado pelo menos R$ 10 milhões nos últimos anos. Três vereadores apontados pela polícia como integrantes da quadrilha foram presos nesta terça-feira (3). Segundo as investigações, eles recebiam dinheiro para anular dívidas de impostos como IPTU e ISS.
De acordo com o delegado Raul Godoy Neto, do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Seccional de Taboão da Serra, apenas nos três primeiros meses de 2011 “cerca de R$ 1 milhão foi desviado”.
A investigação começou em março, quando um servidor público foi surpreendido no momento da fraude. Do computador que ele usava dentro da prefeitura partiu um comando que fez desaparecer em um único dia R$ 64.777,30 em dívidas de impostos.
Uma pessoa que não teve o nome revelado por questões de segurança detalhou o esquema para os policiais. Essa testemunha disse que o vereador Carlos Andrade procurava por ela e por outros funcionários da prefeitura para pedir a relação de empresas e pessoas físicas que constavam como os maiores devedores de IPTU.
O mesmo vereador também pedia, de acordo com a testemunha, que fossem alteradas as datas de vencimento e até o nome do devedor. Envelopes entregues aos servidores indicavam quem devia ter a dívida cancelada. Ainda de acordo com as investigações, a fraude causou um desequilíbrio nas contas municipais. Os valores devidos que eram apagados da conta de dívidas ativas não entravam no caixa da prefeitura.
Além do servidor preso, outros funcionários tinham senhas especiais para acessar as contas da dívida da Prefeitura de Taboão da Serra. Para descobrir quem estava à frente das fraudes, um dispositivo passou a indicar, em tempo real, de qual computador as dívidas eram apagadas. “A investigação foi baseada em análise de documentação que comprovou as contradições nas contas dos balanços da prefeitura”, afirmou o delegado Godoy Neto. Os vereadores ganhavam cerca de 30% dos débitos baixados.
Um supermercado e o dono de um imóvel foram alguns dos beneficiados pelo esquema. Parentes dos vereadores Arnaldo dos Santos, do PSB, e de José Luiz Eloy, do PMDB, também foram favorecidos, de acordo com a polícia.
Os vereadores presos tiveram prisão temporária expedida pela Justiça. Eles serão indiciados por peculato e formação de quadrilha. O G1 tentou contato com funcionários dos vereadores nos gabinetes, mas não conseguiu. Seus advogados não tiveram acesso aos inquéritos e não sabem quais as acusações contra seus clientes.Fonte G1

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